Focus Educacional

Matemática : devagar é que se aprende !

 

Por décadas o ensino da Matemática tem sido encarado como um dos grandes vilões da educação. Os alunos, em sua maioria, detestam. Os professores, do ensino fundamental I, cuja formação exigida é Pedagogia ou o antigo “Curso Normal”, não ficam atrás e, na maioria das vezes, limitam-se a “seguir o livro do professor”. Os cursos de Pedagogia e formação de professores também não se aprofundam no assunto. O currículo também não ajuda e o que temos é um currículo que cobre muitos conteúdos de maneira muito superficial. Enfim, ano após ano reproduzimos os mesmos padrões ineficientes e vemos as escolas adotarem um programa após o outro.
A ideia da matemática como uma disciplina de difícil compreensão ainda hoje é bastante presente no imaginário social. De um lado temos alunos que dão sinais claros de que não conseguem entender matemática da forma como esta sendo ensinada. Do outro, temos educadores e políticas educacionais que parecem ainda acreditar que os conceitos matemáticos foram inventados por “gênios” e que a aprendizagem destes conceitos só pode se dar através de um acúmulo de formas e algoritmos.
Não são poucas as evidências e os estudos que apontam para a necessidade de os próprios alunos construírem os conceitos matemáticos e tornarem-se sujeitos ativos desta aprendizagem. Estas linhas metodológicas incentivam, prioritariamente, a busca exploratória por parte dos alunos e o desenvolvimento de uma atitude investigativa frente às situações-problemas apresentadas pelo professor. A Cingapura, assim como diversos outros países que hoje são referências em educação, reformulou seu sistema educacional e o ensino de matemático. Entre outras ações, optou por dedicar mais tempo a um número menor de conteúdos. Como cada criança aprende de uma maneira diferente, ao adotar instruções detalhadas, perguntas, resolução de problemas e oferecer aos alunos uma base matemática sólida com o auxílio de recursos visuais e táteis, estas abordagens permitem que o aluno construa competências cada vez mais complexas, o que torna a aprendizagem significativa e mais difícil de ser esquecida.
Mas o que o professor precisa saber para aplicar estes conceitos em sala de aula? Em comum, a maioria dos países que realizaram uma reforma no ensino da matemática, adotaram programas no qual o processo de aprendizado da matemática se desenvolve a partir de uma sequencia didática que pode ser dividida em três etapas: concreto, pictórico e abstrato (CRA em inglês). Ou seja, primeiro o professor apresenta os conceitos por meio de objetos concretos e manipuláveis, em seguida utiliza ilustrações e desenhos como recursos visuais permitindo que o aluno tenha ferramentas suficientes para formular, representar e pensar através de problemas com diferentes graus de complexidade. Só então os alunos terem compreendidos de forma concreta e pictórica os conceitos apresentados é que o professor introduz a concepção abstrata utilizando algarismos e as notações ou sentenças matemáticas.
Para muitos, a Matemática de Cingapura não passa de mais um modismo. Pode até ser. Entretanto, os resultados obtidos pelos estudantes de Cingapura nos últimos anos são inquestionáveis e o sucesso deste tipo de abordagem reside no fato de que respeita o ritmo de cada aluno, passando gradualmente do raciocínio concreto ao abstrato sem pular etapas.
Para aqueles que desejam conhecer mais sobre esta abordagem já existem várias oficinas voltadas para a aprendizagem da matemática através de jogos e outros materiais concretos. A Focus estará promovendo em julho a oficina “Descomplicando a Matemática: o jogo como instrumento do educador matemático” módulo I. Para maiores informações entre em contato através do e-mail: [email protected]

 Read More 

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Rolar para cima