Focus Educacional

Brasil Mostra a Tua Cara !

 

Recebi de uma pessoa querida através do facebook a notícia abaixo:

“Caderno Boa Chance de hoje (Jornal O Globo), pag. 2:
– Chamada para concurso do magistério estadual-): EXIGÊNCIA- BACHARELADO E LICENCIATURA NA RESPECTIVA ÁREA; SALÁRIO INICIAL = R$ 1.646,07
– Chamada para concurso de promotor de justiça do MESMO ESTADO DO RJ (MP/RJ): EXIGÊNCIA- BACHARELADO EM DIREITO; SALÁRIO INICIAL R$ 19.000,00!
MAS A PRIORIDADE SOCIAL É A EDUCAÇÃO!”

Mas essa é uma realidade que já conhecemos bem. Não tenho a menor pretensão em questionar aqui o salário de promotores, médicos, engenheiros, juízes ou qualquer outro profissional. Que me desculpem também os professores, categoria da qual eu também faço parte, mas de forma alguma podemos utilizar estes fatos como muleta ou abrirmos mão das responsabilidades e do compromisso que assumimos quando, mesmo cientes desta defasagem salarial e da falta de prestígio inerentes à profissão, decidimos mergulhar de cabeça nesta grande aventura que é educar.

A questão é maior, mais séria e muito mais perigosa e diz respeito não só aos professores mas a toda sociedade. Alguém realmente acredita que a prioridade social neste país seja a educação? Duvido. Malhamos o governo, os serviços públicos, mas até que ponto nos comprometemos? Já não dizem por aí que “Cada país tem o Governo que merece?” Nossos governantes são apenas um reflexo do que nós somos, da forma como pensamos.

Se você não é professor talvez esteja pensando: “se já sabiam disso tudo, quem mandou ser professor?”. E é exatamente aí que está o problema, Será que não causa espanto um governo que oferece salários iniciais tão díspares a profissões com o mesmo nível de escolaridade? Não seria o caso de começarmos questionar as verdadeiras intenções por traz destas ofertas? Que tipo de profissional o governo pretende atrair para cada uma destas carreiras?

Já comentei outras vezes aqui no blog e nas colunas que escrevo que nos melhores sistemas educacionais do mundo o salário inicial de um professor da rede pública não difere do salário inicial de qualquer outra carreira pública. Estamos falando de salário inicial. Se estão todos iniciando em uma instituição pública, se todos tem o mesmo nível de escolaridade, então não há nada que justifique receberem salários iniciais diferentes.

Precisamos nos mobilizar. Divulgamos tantas coisas, mas não divulgamos o que realmente acontece neste país. Mudamos apenas as moscas, mas deixamos o resto como está. Educação não é e nunca foi prioridade no Brasil. E não são os nossos governantes que “não querem investir em educação”. É a nossa SOCIEDADE que não quer investir em educação. Não colocamos nossos filhos em escolas públicas, mas fazemos concursos públicos para o magistério. Que tal nos recusarmos a receber salários tão baixos? Que tal iniciarmos na educação básica o mesmo “apagão de mão de obra” que estamos vendo em outras áreas? Talvez assim a lei da oferta e da procura começasse a agir na educação como já vem agindo em diversos outros mercados. Vamos boicotar os concursos públicos. Procurem uma escola privada. Ou façamos o inverso e vamos todos matricular nossos filhos somente em escolas públicas, trabalhar apenas em escolas públicas e, juntos, começar a exigir um ensino de alta qualidade, com professores bem remunerados e lógico, bem qualificados e com condições de exercer o magistério.

As ideias acima lhe parecem muito radicais? Pode ser. Então pense em alternativas ,participe, mobilize-se! Mas faça alguma coisa. Qualquer coisa. Aceite que o Brasil não tem interesse em investir em educação. Afinal como disse Paulo Freire se a educação não transforma o Mundo ela com certeza transformam as PESSOAS. O problema é que essas PESSOAS são capazes de mudar o MUNDO.

“Seja você a mudança que deseja ver no mundo” ( Gandhi )

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