O artigo que deu origem ao título foi publicado por VINCENT BEVINS, do From Brazil e diz assim:
“A boa notícia é que o Brasil acaba de lançar um site que permite aos potenciais visitantes conhecer as cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. A má notícia é que você deve aprender outro idioma. Não, não é Português, mas algum tipo bizarro de híbrido Inglês-Português” .E termina afirmando que o Ministério do Turismo recebe uma verba de aproximadamente 180 milhões de Reais e perguntando: Será realmente tão difícil contratar um falante nativo para fazer a tradução?”
Já falei aqui sobre o que chamo de “INGLÊS NOSSO DE CADA DIA” e seus absurdos. em época de Copa e olimpíadas não faltam críticas sobre as medidas que estão sendo adotadas para preparar o país e brincadeiras como “Imagina na Copa!”..reclamam do trânsito, das filas no corcovado, dos valores cobrados nos estádios..enfim! Algumas críticas são, na minha opinião, absurdas: é claro que precisamos de um sistema organizado para a compra de ingressos para os pontos turísticos, etc, mas fila existe pra subir a Torre Eiffel, a Estátua da Liberdade, e os museus na maioria dos países. Qualquer um acostumado a viajar sabe que os preços variam muito de acordo com a temporada. Por conta dos eventos, julho é alta temporada por aqui. Em Paris um refrigerante pode sair até por 7/8 euros e um cafezinho +croissant até 7 euros. Em NY um cachorro quente tradicional de rua custa uns 2 dólares, mas existem os gourmets, servidos em restaurantes e bares que custam mais caro. Então, um hot dog custar R$8,00 dentro do Maracanã..nem é o maior dos nossos problemas, concordam?
Francamente,também não acho nenhum absurdo as pessoas não falarem inglês nas ruas.Não temos nenhuma obrigação de saber outras línguas além do bom português. Mas, a falta de investimento e seriedade para receber o turista, isso sim é um absurdo. Ter um site oficial com inglês errado, placas escritas errado, funcionários públicos escalados para a função de recepção ao turista sem inglês,funcionários de aeroportos com um inglês macarrônico,isso sim me agride, e provoca a tal da “vergonha alheia”. Mas a questão é sempre maior…não se faz milagres quando o assunto é educação! 15 dias ou 1 mês de aulas de inglês não vão dar as baianas de Salvador as competências mínimas necessárias para atender ao turista ou explicar do que é feito o acarajé. O mesmo vale para o taxista, o garçom, a camareira, o motorista, o guarda de trânsito e tantas outras profissões por aí.
Mas já que não investem em educação, pelo menos poderiam investir em bons tradutores.E não precisa ser “nativo” não, como sugere o autor em seu artigo. Traduzir é uma arte que exige estudo e dedicação como qualquer outra profissão. e tão ou mais importante do que conhecer a língua de partida é conhecer a língua de chegada. Enquanto isso os turistas podem ir buscando ajuda e dicas nos blogs de viagem e em outras fontes,ao que parece mais confiáveis do que as oficiais.